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. Cor
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Brincos de pérolas
Transparentes
Cintilantes
Que adornam um rosto
Fatigado de ser tão belo
Alcança o limite
Relaciona a beleza
Lecciona a perfeição
Lindamente bela
Harmonia em todas as formas
Desperta desejos
Desperta os sentidos
Nobre
Excelente
Magnifico
Não
Linda é a palavra
Bela é a razão
O nascimento é fruto do amor!
No prolongamento do tempo
Forma-se um ser
Dentro do ventre da mulher!
Nos contornos das festas,
no seu ventre querido,
ama aquele feto,
deseja-o com a intensidade de um raio,
saído de um temporal!
Com o Parto,
quebra-se a espera!
Com o Nascimento
Com aquela dor...
nasce um ser!
Com aquela dor a mulher torna-se mãe!
E com aquela dor cresce o Amor!
Vivo porque o tempo não para
Quando parar
Estranhamente, paro só eu!
O rebuliço, na terra, perdura!
Só a minha vida foi levada
E com ela foi até o ”nada” !
Agora, ainda que sou vida,
Nesta terra desmesurada…
Sinto o cheiro do ar,
que rodeia o meu corpo!
Vejo a luz ténue que surge da minha janela, enquanto acordo, de mansinho!
Depois passeio descalça para sentir a chuva miudinha, que vai caindo continuamente.
E assim
Escuto o ruído da minha alma…
Ouvindo o som do silêncio!
Quando se é sentimental
Tem-se uma aptidão especial para se sentir…
Sentir, de maneira diferente,
O franzir de um nariz arrebitado, numa cara bonita,
O sabor do sal do mar português,
Uma patinadora na sua beleza construída,
O enrolar de uma onda mansa e atrevida,
A barriga despida de uma gravidez no final do tempo…
Sentir até o vento do seu próprio sentir,
Sentir, a sua respiração e o seu sentir, separadamente.
Sentir, qualidade inata do ser
Onde tudo se pode tornar credível,
Tudo até o imaginável!
É só um começo… leve…
Deixar voltar a soprar palavras que nascem dentro de mim!
Que declamam a melodia
Que dão formam à novidade
Que coloram a brancura das almas
Que , fundidas, retiram o desbotado das imagens
Deixar… criar o que me vai cá dentro!
Tanto posso chorar como rir à velocidade do vento!
Tanto as palavras podem magoar como comover corações!
Tanto podem significar algo como serem vazias, como o eco da existência!
Aqueles olhos azuis
Estremeceram
Ao olharem para a inocência de mulher…
Que passava
Nesse momento
Naquela rua
Onde se encontrava por puro mero acaso!
Aqueles olhos castanhos
Simples castanho,
Sobressaltaram-se…
Quase choraram
Quando a perfeição de um homem
Passou a seu lado
Com uns olhos azuis…
E lhe tocou na alma!
Dois olhares!
Em silêncio!
A beleza e a candura a amarem-se
Mutuamente em segredo!
Escondidos dento de si…
Amordaçados sem saber que havia uma verdade
Que podia vingar!!
Enfim…
O belo não soube que a candura feminina que passou
Por um minuto
Naquela rua
O amou
A inocência desconheceu
Que aqueles olhos azuis,
Que se cruzaram com os seus…
E que ela tanto desejou
Olharam para ela
E veneraram-na!
Todos estes sentimentos
Em vão…!
Porquê?
Porque por vezes
Ao nosso lado encontra-se a nossa alma
E não nos apercebemos que a temos tão perto!
Amor eterno
Quando os meus amados
partirem
eu me deitarei…
e em todos os amanheceres
e em todos os entardeceres
e em todos os anoiteceres
eu esperarei para ir também!